O Golaço contra a França

Em julho de 1997 a França sediou um campeonato com quatro seleções fortíssimas, como forma de preparação para a Copa do Mundo no ano seguinte. Os países participantes foram: França, Itália, Brasil, Inglaterra.
A partida de estreia do torneio foi entre França e Brasil, que seriam finalistas da Copa no ano seguinte, e foi nessa partida que Roberto Carlos impressionou ao mundo com um gol de falta que até hoje impressiona os físicos.
O Brasil vinha da conquista do tetracampeonato nos Estados Unidos, com Ronaldo jovem e em grande fase além de Romário também jogando muito e usaria aquele torneio como preparação para a disputa da Copa América depois de uma semana. Enquanto os franceses sequer disputaram a Copa em 1994, porém estavam ansiosos por serem o país sede da Copa de 1998.
Roberto Carlos havia acabado de terminar sua primeira temporada como jogador do Real Madrid e acumulava dois títulos, Supercopa da Espanha e La Liga. O jovem ainda havia conquistado a medalha de bronze com a seleção, nas Olimpíadas de Atlanta em 1996.
A seleção brasileira, comandada por Zagallo, começou o jogo pressionando os franceses e teve duas ótimas oportunidades antes de abrir o placar. Aos 32 minutos do primeiro tempo, o baixinho Romário sofreu uma falta intermediária, em que Roberto ajeitou com carinho. Apesar de estar a 35 metros da meta defendida por Barthez, o lateral deu bastante distância e mandou uma bomba de trivela, a 103 km/h, que fez uma curva nunca antes vista(até pela câmera da TV que perdeu parte da trajetória da bola), batendo caprichosamente na trave antes de entrar, deixando o goleiro francês completamente sem reação. A França empataria o jogo no segundo tempo mas a repercussão do jogo ficaria em cima daquele gol de Roberto Carlos.
Após mais de 2 décadas desse gol, que frequentemente se torna alvo de estudo de físicos, Roberto Carlos conta: “ Para falar a verdade, nem sei como fiz aquele gol” e completa, “foi um gol lindo, fruto de muitos anos de treinamento e trabalho duro, que me permitiram acertar aquele chute e fazer esse gol tão marcante na minha carreira”.
De fato esse gol marcou e muito a carreira do ex-jogador, que disse em tom descontraído, nunca mais ter tentado chutar desse jeito, pois sabia que não iria acertar. O ex lateral ainda ressalta,“alguém um dia fará um gol lindo parecido com o meu. Pode demorar, mas vai acontecer”.
No entanto, a comunidade científica discorda do autor desta pintura. Um dos estudos mais famosos sobre este gol foi feito pelos franceses Guillaume Dupeux, Anne Le Goff, David Quéré e Christophe Clanet e publicado em um jornal científico em setembro de 2010. Eles contam que o chute de Roberto Carlos até poderia ser reproduzido, caso feitos os cálculos e usando a mesma distância e força, o que seria no mínimo muito improvável.
O renomado físico brasileiro Dr. José Fernando Fontanari aponta que, mesmo com a física explicando a curva, devido a fatores como força, ângulo do pé de Roberto, etc. O chute pode ser classificado como milagroso. Além disso cita um estudo em que indica, que caso a bola não pegasse na trave e na rede, permaneceria em uma trajetória de espiral.

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